Autor do Mês

(Actividade dinamizada pelos professores da Equipa da BE, Paula Geraldes e Ramiro Anjos)

                          Ano letivo 2011/12                       





Junho
João Ricardo Pedro


O romance "O teu rosto será o último"*, do escritor João Ricardo Pedro, venceu o Prémio literário LeYa , no valor de 100 mil euros. No anúncio do vencedor, na sede do grupo editorial Leya, o presidente do júri, Manuel Alegre, disse que este foi um dos prémios Leya mais disputados, tendo sido escolhido João Ricardo Pedro "por maioria".
O autor, lisboeta de 38 anos, não tem obra publicada, é licenciado em Engenharia Eletrotécnica, casado, pais de dois filhos e mora em Lisboa, segundo informações biográficas disponibilizadas pelo júri.
Relativamente à obra premiada, "O teu rosto será o último", o júri salientou a "composição delicada de histórias autónomas, que se traçam em fios secretos", considerando que o romance, "apoiado em imagens fortes, constrói um perturbador painel do presente português".
O júri considerou ainda que "as personagens instigantes, geradas por uma linguagem marcada pelo lirismo e pela violência do quotidiano, transitam em relatos atravessados por elipses e interrogações". Os jurados sublinham ainda o "referencial erudito" e o "poder de imaginação" que o romance evidencia.
O Prémio LeYa, considerado o de maior valor pecuniário em Portugal, foi criado em 2008 e visa distinguir um romance inédito escrito em português. Este ano ao galardão candidataram-se 162 romances originais, a maior parte de Portugal e do Brasil.
O  autor, natural de Lisboa, declarou ainda que o galardão hoje anunciado pelo grupo editorial LeYa, "é um importante reconhecimento de um trabalho exaustivo". "Escrevi este livro há dois anos, quando fiquei desempregado", disse ainda à agência Lusa, acrescentando que vai ser um grande incentivo para continuar a escrever e que já tem novas ideias.
O romance relata a história de uma criança nascida em Portugal no período da Revolução do 25 de Abril e segue o seu percurso até aos 17 anos, acompanhada pela família. "Esta família herdou traumas da ditadura, que se refletem no filho", apontou.
Questionado sobre se o livro reflete uma experiência pessoal do autor, João Ricardo Pedro indicou: "Há algumas semelhanças, mas não é uma autobiografia"

Fonte: Expresso

Pode ouvir aqui uma entrevista ao escritor na Rádio Comercial.




Maio



João Aguiar nasceu em Lisboa em 1943 e faleceu em 2010. Licenciou-se em Jornalismo pela Universidade Livre de Bruxelas, tendo trabalhado como jornalista na imprensa, na rádio e na televisão. Iniciou a sua carreira literária com quarenta anos e o seu primeiro romance foi A Voz dos Deuses (1984), um dos livros mais vendidos em Portugal nos últimos anos. Escreveu guiões para programas de televisão e argumentos para cinema (Rua Sésamo, Inês de Portugal, etc.). Obras: A Voz dos Deuses (romance, 1984), O Homem sem Nome (romance, 1986), O Trono do Altíssimo (romance, 1988), O Canto dos Fantasmas (contos, 1ª ed. em 1990 pelas Publicações Dom Quixote; 2ª ed., 1999, pelas Edições Asa), Os Comedores de Pérolas (romance, 1992), A Hora de Sertório (romance, 1994), A Encomendação das Almas (romance, 1995), O Navegador Solitário (romance, 1996), Inês de Portugal (romance, 1997), O Dragão de Fumo (romance, 1998), A Catedral Verde (romance, 2000), Diálogo das Compensadas (romance, 2001), Uma Deusa na Bruma (romance, 2003), O Sétimo Herói (romance, 2004), O Jardim das Delícias (romance, 2005), Lapedo – Uma Criança no Vale (ensaio, 2006), O Priorado do Cifrão (romance, 2008). João Aguiar é também autor de três colecções juvenis: O Bando dos Quatro (Edições Asa), Pedro & Companhia e Sebastião e os Mundos Secretos (Presença). 

Fonte: Projecto Vertical




Março / Abril


David Machado (ver autor do mês de novembro, mais abaixo)




Fevereiro

Fonte: alma-lusa.blogs.sapo.pt
Sophia de Mello Breyner Andresen

Sophia de Mello Breyner nasce a 6 de novembro 1919 no Porto, onde passa a infância. Entre 1936 e 1939 estuda Filologia Clássica na Universidade de Lisboa. Publica os primeiros versos em 1940, nos Cadernos de Poesia. Casada com Francisco Sousa Tavares, passa a viver em Lisboa. Tem cinco filhos. Participa ativamente na oposição ao Estado Novo e é eleita, depois do 25 de abril, deputada à Assembleia Constituinte.
Autora de catorze livros de poesia, publicados entre 1944 e 1997, escreve também contos, histórias para crianças, artigos, ensaios e teatro. Traduz Eurípedes, Shakespeare, Claudel, Dante e, para o francês, alguns poetas portugueses.
Recebeu entre outros, o Prémio Camões 1999, o Prémio Poesia Max Jacob 2001 e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana. Foi a primeira vez que um português venceu este prestigiado galardão, que, para além do valor pecuniário de 42 070 euros, significa ainda a edição de uma antologia bilingue (português-castelhano), o que levará a autora a um vastíssimo público que cobre os países latino-americanos.
Com uma linguagem poética quase transparente e íntima, ao mesmo tempo ancorada nos antigos mitos clássicos, Sophia evoca nos seus versos os objetos, as coisas, os seres, os tempos, os mares, os dias. A sua obra, várias vezes premiada está traduzida em várias línguas.
Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu a 2 de julho de 2004, em Lisboa.

Bibliografia
Poesia

Contos

Contos Infantis

Teatro

  • O Bojador (1ª ed. s/d, 2ª ed. 2000, Lisboa, Editorial Caminho)
  • O Colar (2001, Lisboa, Editorial Caminho)
 Fonte: WooK

Janeiro




Gonçalo M. Tavares

Gonçalo M. Tavares nasceu em 1970, em Luanda. Passou a sua infância em Aveiro. Publicou a sua primeira obra em dezembro de 2001. Editou romances, contos, ensaio, poesia e teatro.
Em Portugal recebeu vários prémios, entre os quais: o Prémio José Saramago 2005 e o Prémio LER/Millennium BCP 2004, com o romance Jerusalém; o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores “Camilo Castelo Branco” com Água, Cão, Cavalo, Cabeça.
Prémios internacionais: Prémio Portugal Telecom 2007 (Brasil); Prémio Internazionale Trieste 2008 (Itália); Prémio Belgrado Poesia 2009 (Sérvia); Nomeado para o Prix Cévennes 2009 – Prémio para o melhor romance europeu (França).
Os seus livros estão a ser editados em trinta e cinco países.
Jerusalém foi o romance mais escolhido pelos críticos do Público para “Livro da Década”.
Os seus livros deram origem, em diferentes países, a peças de teatro, peças radiofónicas, curtas-metragens e objetos de artes plásticas, dança, vídeos de arte, ópera, performances, projetos de arquitetura, teses académicas, entre outras obras.

Bibliografia (As obras a negrito podem ser encontradas na BE)
Bairro, 2011, Editorial Caminho;
Canções Mexicanas, 2011,  Relógio D` Água;
Short Movies, 2011,  Editorial Caminho;
Mateo perdeu o emprego, 2010,  Porto Editora;
O Senhor Eliot e as conferências, 2010,  Editorial Caminho;
Uma Viagem à Índia, 2010,  Editorial Caminho;
Príncipes, Fadas e Piratas com Problemas, 2009,  Porto Editora;
Contos de Vampiros, 2009,  Porto Editora;
O Senhor Swendenborg e as Investigações Geométricas, 2009,  Editorial Caminho;
A Casa de Férias, 2008,  Editorial Caminho;
Um Homem: O Senhor Breton e a entrevista, 2008,  Editorial Caminho;
Contos Policiais, 2008,  Porto Editora;
Os Amigos, 2007,  Editorial Caminho;
Os Dois Lados, 2007,  Editorial Caminho;
Breves Notas sobre o Medo, 2007,  Relógio D` Água;
Aprender a rezar na Era da Técnica, 2007,  Editorial Caminho;
O Senhor Walser, 2006,  Editorial Caminho;
Água, Cão, Cavalo, Cabeça, 2006,  Editorial Caminho;
O Senhor Kraus, 2005,  Editorial Caminho;
O Senhor Calvino, 2005,  Editorial Caminho;
Histórias Falsas, 2005,  Campo das Letras;
A Máquina de Joseph Walser, 2005,  Editorial Caminho;
Jerusalém, 2005,  Editorial Caminho;
O Senhor Juarroz, 2004,  Editorial Caminho;
Biblioteca, 2004,  Campo das Letras;
O Senhor Brecht, 2004,  Editorial Caminho;
A Perna Esquerda de Paris, seguido de Roland Bartes e de Robert Musil, 2004,  Relógio D` Água;
Um Homem: Klaus Klump, 2003,  Editorial Caminho;
O Senhor Henri, 2003,  Editorial Caminho
O Homem ou é Tonto ou é Mulher, 2002,  Campo das Letras
Investigações Novalis, 2002,  Difel
A Colher de Samuel Beckett e outros Textos, 2002,  Campo das Letras
O Senhor Valéry, 2002,  Editorial Caminho
Fonte: Wook


Dezembro

Jeff Kinney


Jeffrey Patrick Kinney é um designer de jogos online, cartoonista e autor de livros infantis. Kinney, nasceu a 19 de Fevereiro de 1971, nos Estados Unidos da América e frequentou a Universidade de Maryland, no início da década de 90. Começou a sua carreira de cartoonista quando publicou a popular comic strip Igdoof, no jornal do campus universitário. A série de livros Diário de um banana (Wimpy Kid) tem sido, justamente, um êxito mundial extraordinário. É uma leitura agradável e cativante, para além de conter lições importantes sobre temas muito sérios como a amizade, a família, a responsabilidade.



Novembro

 David Machado

David Machado nasceu em Lisboa em 1978. Licenciou-se em Economia mas acabou por trocar os números pelas letras.
É autor dos romances O Fabuloso Teatro do Gigante (2006) e Deixem falar as Pedras (2011), do livro de contos Histórias Possíveis (2008) e de vários livros infantis.
Em 2005, o seu conto infantil A Noite dos Animais Inventados recebeu o Prémio Branquinho da Fonseca, da Fundação Calouste Gulbenkian e do jornal Expresso, e desde então publicou mais três contos para crianças: Os Quatro Comandantes da Cama Voadora, Um Homem Verde num Buraco muito Fundo e O Tubarão na Banheira, distinguido com o Prémio Autor SPA/RTP 2010 de Melhor Livro Infanto-Juvenil.
Em 2007 foi escolhido para representar Portugal no projeto Scritture Giovani do Festivaletteratura de Itália. Tem livros publicados em Itália e Marrocos e contos presentes em antologias e revistas literárias em Itália, Alemanha, Reino Unido, Alemanha, Islândia e Marrocos. Traduziu os livros O Herói das Mulheres, de Adolfo Bioy Casares, e Obrigada pelo Lume, de Mario Benedetti.
Atualmente a viver em Lisboa, David Machado participa com regularidade em encontros sobre literatura em escolas e bibliotecas e os seus livros estão no Plano Nacional de Leitura.


Outubro


Enid Blyton

Escritora inglesa de literatura infantil e juvenil. Nasceu em 1897 e morreu em 1968. Foi uma das mais populares autoras de todo o mundo, traduzida em noventa línguas (
a quinta autora mais traduzida do mundo) e com diversas adaptações para televisão. Entre as suas obras destacam-se Os Cinco, Os Sete, Noddy, a coleção Aventura, a coleção Mistério, As Gémeas, As Quatro Torres. Extremamente prolífera, em 71 anos de vida, 43 anos de carreira, publicou mais de 700 livros. Até hoje, Enid Blyton já vendeu cerca de 500 milhões de livros.

                    Ano lectivo 2010/11                       



Maio 


Álvaro Magalhães


“Álvaro Magalhães nasceu no Porto, em 1951. Começou por publicar poesia no início dos anos 80 e, em 1982, publicou o seu primeiro livro para crianças, intitulado História com muitas Letras. Desde então construiu uma obra singular e diversificada, que conta actualmente com mais de três dezenas de títulos e integra contos, poesia, narrativas juvenis e textos dramáticos. As suas obras para a infância, onde reina a força do imaginário e da palavra, são o produto de uma sensibilidade espiritualizada que reivindica a totalidade mágica da existência e apelam permanentemente à imaginação e ao sonho, não como formas de escapismo mas como factores poderosos de modelação do ser. Mais recentemente, acrescentou à sua obra a série Triângulo Jota de narrativas de mistério e indagação, sendo considerado “o primeiro a conseguir reformular e enriquecer, com sucesso, os modelos conhecidos.
Actualmente com 16 títulos, a Triângulo Jota cativou já perto de um milhão de leitores. Embora a acção dessas histórias seja por vezes vertiginosa, constitui-se como palco para o teatro dos sentimentos. As personagens, expurgadas de infantilidades e artificialismo, são construídas a partir do espaço e do tempo da sua consciência e não pela sua esfera de acção, o que as torna reconhecíveis. A perfeição estrutural dos enredos, um uso peculiar do fantástico e uma “visualidade” quase cinematográfica são algumas das qualidades dessas e de outras obras narrativas do autor.
Considerado um dos mais importantes escritores da sua geração, pela originalidade e singular irreverência da sua obra, Álvaro Magalhães foi várias vezes premiado pela Associação Portuguesa de Escritores e pelo Ministério da Cultura, logo desde o início da sua carreira literária. Recentemente, integrou a delegação portuguesa ao Salão do Livro de Genebra de 2001, em que Portugal foi convidado de Honra. Neste mesmo ano, o título Hipopóptimos – Uma História de Amor foi seleccionado para integrar o Projecto BARFIE (Books and Reading For Intercultural Education), que visa a construção de uma biblioteca europeia composta por obras de reconhecida importância para a promoção da educação intercultural.” Esta obra também recebeu o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens 2002.
 (Fonte: Edições Asa)

Março/ Abril - Autores presentes na Feira do Livro - Chaves 2011



 Ana Macedo


Ana Macedo nasceu em Vila Nova de Gaia em 1985 .Aprendeu a ler aos três anos, aos cinco queria ser escritora e aos catorze escreveu um romance que enviou para algumas editoras, até que uma delas o publicou. Assim surgiu o romance Lágrimas Coloridas, fruto de uma maturidade precoce onde a autora partilha com o leitor a essência de si própria.
Está envolvida no projecto de uma nova banda, os Flat Major, como autora das letras das suas músicas e a terminar o seu próximo romance...



Maria João Lopo de Carvalho

 



 Maria João Lopo de Carvalho nasceu em 1962 e licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade Nova de Lisboa. Professora de Português e de Inglês no ensino público e privado, representante em Portugal dos colégios ingleses Pilgrims, fundou e dirigiu a Know How, Sociedade de Ensino de Línguas e a Know How, Edições Produções e Publicidade destinada à tradução e à criação de livros personalizados para crianças e à concepção anual do Guia da Criança.


Manuel Araújo

Manuel António Teixeira Araújo é licenciado em Filologia Românica pela Universidade de Coimbra e mestre em Língua e Literatura Portuguesas pela Universidade do Minho. É professor efectivo da Escola Secundária Fernão de Magalhães em Chaves. Publicou três romances: "É Tão Cruel ter Memória" (Colibri), "A Cidade do Patriarca" (Pé de Página) e “A Aldeia das Mulheres” (Lugar da Palavra). Foi galardoado com os seguintes prémios: Prémio Nacional na modalidade de Conto, instituído pela Câmara Municipal de Lisboa, freguesia de Santo António dos Olivais (1991); Prémio Revelação na modalidade de Ensaio, pela APE (2001); 2.º prémio do Concurso Nacional de Poesia Agostinho Gomes (2004).



Manuel Cardoso
Manuel Cardoso nasceu em 1958, em Macedo de Cavaleiros, e estudou em Cernache (Coimbra), Macedo de Cavaleiros e Mirandela, antes de se licenciar em Medicina Veterinária em Lisboa. Casado e pai de três rapazes, vive actualmente em Latães, no concelho de Macedo de Cavaleiros.
Lecciona na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança, exercendo ainda a profissão de médico-veterinário em Macedo de Cavaleiros.
Publicou diversos textos científicos, destacando-se Glossário de Equídeose um livro de contos, Quartzo.
Escreveu os romances Um Tiro na Bruma e O Segredo da Fonte Queimada.

João Chaves
Nasceu a 23 de Setembro de 1954, em Ardãos, concelho de Boticas, onde frequentou o ensino primário. Concluiu o curso liceal no Liceu Nacional de Chaves e, em 1973 passou mais de seis meses em França, onde se preparava para passar a viver caso não acontecesse o 25 de Abril de 74.
Ainda em Chaves, frequentou o e concluiu o Curso do Magistério Primário, tendo posteriormente concluído a Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, na Faculdade de Letras do Porto.
Foi professor de Francês na Escola Secundária Dr. Júlio Martins, em Chaves, ainda nos anos 70 e actualmente é professor no Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes, em Ermesinde




Rui de Sousa    


Rui de Sousa nasceu em São João da Madeira, em 1973. Com dezassete anos chega a Coimbra para jogar futebol na Associação Académica OAF e para se licenciar em Geografia na Faculdade de Letras. Começou aos vinte e um anos a exercer a profissão que hoje desempenha: a de professor.
Actualmente exerce funções docentes na Escola Secundária Dr. Júlio Martins, em Chaves.







João Morgado
 

João Morgado nasceu na Covilhã. Formado em Comunicação pela Universidade da Beira Interior, fez um mestrado na Universidad Pontifícia de Salamanca e trabalhou alguns anos como jornalista. Actualmente, escreve crónicas de opinião, colabora com o semanário SOL, é director do site Kaminhos.com, formador e consultor de comunicação e imagem no meio empresarial e político. É autor de Covilhã e A Estrela, Covilhã e a Imprensa – Memórias do Primeiro Século – 1864/1964 e da Colectânea de Poesia Contemporânea.



Fevereiro - Miguel Torga


Pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha, autor de uma produção literária vasta e variada, largamente reconhecida. Nasceu em S. Martinho de Anta em 1907. Depois de uma experiência de emigração no Brasil durante a adolescência, cursou Medicina em Coimbra, onde passou a viver e onde veio a falecer em 1995. Foi poeta presencista numa primeira fase; a sua obra abordou temas bucólicos, a angústia da morte, a revolta, temas sociais como a justiça e a liberdade, o amor, e deixou transparecer uma aliança íntima e permanente entre o homem e a terra. Estreou-se com Ansiedades, destacando-se no domínio da poesia com Orfeu Rebelde, Cântico do Homem, bem como através de muitos poemas dispersos pelos dezasseis volumes do seu Diário; na obra de ficção distinguimos A Criação do Mundo, Bichos, Novos Contos da Montanha, entre outros. O Diário ocupa um lugar de grande relevo na sua obra. Também como escritor dramático, publicou três obras intituladas Terra Firme, Mar e O Paraíso. Recebeu o Prémio Camões em 1989 e o prémio Vida Literária (atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores) em 1992. 
Fonte: Wook




 Janeiro - José Cardoso Pires




José Cardoso Pires

Escritor português, José Augusto Neves Cardoso Pires nasceu a 2 de Outubro de 1925, no concelho de Vila de Rei, em Castelo Branco. Filho de um oficial da marinha, ainda criança muda-se com os pais para Lisboa, cidade que abraçou e amou. Exerceu várias profissões, entre as quais, redactor de uma revista feminina, Eva, em finais dos anos 40. Em 1949, publica o seu primeiro livro, "Os Caminheiros e Outros Contos", retirado de circulação pela censura. Nos princípios dos anos 50, foi detido pela PIDE depois da apreensão do seu livro de contos "Histórias de Amor". Nos anos 60 foi membro da Sociedade Portuguesa de Escritores. Em 1963 publica "Hóspede de Job", livro dedicado ao seu irmão, morto enquanto cumpria o serviço militar nos anos 50, e que lhe valeu o Prémio Camilo Castelo Branco em 1964; e "O Delfim" em 1968. Em inícios dos anos 70, foi professor de Literatura Portuguesa e Brasileira em Inglaterra, no King's College da Universidade de Londres. Dois anos depois, já em Portugal, publica "Dinossauro Excelentísimo". Já nos anos 80, publica "A Balada da Praia dos Cães", romance que lhe valeu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores e que foi alvo da realização de um filme, com o mesmo nome, de José Fonseca e Costa, em 1987. Neste mesmo ano publica "Alexandra Alpha", obra que mereceu o Prémio Especial da Associação de Críticos, de São Paulo, no Brasil. Em 1995 sofreu um acidente vascular cerebral que o levou a ficar algum tempo em estado de coma. Recuperado, publica em 1997 a obra "De Porfundis, Valsa Lenta", pela qual recebeu dois prémios: Prémio D. Dinis e Prémio da Crítica, atribuído pela Associação Internacional de Críticos Literários; e "Lisboa, Livro de Bordo". Entre os prémios já mencionados, recebeu também o Prémio Internacional União Latina (1991), o Astrolábio de Ouro do Prémio Internacional Último Novecento (1992) e o Prémio Pessoa (1997). Em 1998 sofreu outro acidente vascular cerebral, que viria a ser a causa da sua morte a 26 de Outubro, em Lisboa. Em Setembro desse mesmo ano foi-lhe atribuído o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores. Foi autor de contos, romances, crónicas e ensaios (como em "E Agora José?", 1977) e de peças de teatro (como "O Render dos Heróis" (1960) e "O Corpo Delito na Sala de Espelhos", 1980).

Fonte: Wook, Porto Editora





 Dezembro - Leão Tolstoi



 



Biografia

Infância e juventude
Com a morte prematura dos pais, foi educado por preceptores. Em 1851, na juventude, o sentimento de vazio existencial levou-o a alistar-se no exército da Rússia. Tal experiência colaboraria para que, mais tarde, se tornasse pacifista.
Durante esta época de sua juventude, Tolstoi bebia muito, perdia muito dinheiro no jogo e dedicava muitas noites a ter encontros com prostitutas. Mais tarde, o velho escritor repudiaria esta fase de sua vida.
Vida adulta
No final da década de 1850, preocupado com a precariedade da educação no meio rural, Tolstoi criou em Iasnaia Poliana uma escola, para filhos de camponeses. O escritor mesmo escreveu grande parte do material didáctico e, ao contrário da pedagogia da época, deixava os alunos livres, sem excessivas regras e sem punições.
Em 1862, casou-se com Sónia Andreievna Bers, com quem teve 13 filhos. Durante 15 anos, dedicou-se intensamente à vida familiar. Porém, o casamento com Sónia seria repleto de distúrbios e brigas. Foi nessa época que Tolstoi produziu os romances que o celebrizaram - "Voina i mir" (“Guerra e Paz” - 1865/1869 begin_of_the_skype_highlighting  1865/1869  end_of_the_skype_highlighting) e “Anna Karenina”.
O primeiro, que consumiu sete anos de trabalho, é considerado uma das maiores obras da literatura mundial.
Embora extremamente bem-sucedido como escritor e famoso mundialmente, Tolstoi atormentava-se com questões sobre o sentido da vida e, após desistir de encontrar respostas na filosofia, na teologia e na ciência, deixou-se guiar pelo exemplo da vida simples dos camponeses, que ele considerou ideal. A partir daí, teve início o período a que ele chamou a sua "conversão".
Conversão
Seguindo à letra a sua interpretação dos ensinamentos cristãos, Tolstói encontrou o que procurava, cristalizando-se então os princípios que norteariam a sua vida a partir daquele momento.
O cristianismo do escritor recusou a autoridade de qualquer governo organizado e de qualquer igreja. Criticou também o direito à propriedade privada e os tribunais e pregou o conceito de não-violência. Para difundir suas ideias Tolstoi dedicou-se, em panfletos, ensaios e peças teatrais, a criticar a sociedade e o intelectualismo estéril. Tais ideias postas tão explicitamente causaram confusão nos fãs do famoso escritor e influenciariam um importante admirador: Gandhi, nesta época ainda na África do Sul.
Após a sua “conversão”, Tolstói deixou de beber e fumar, tornou-se vegetariano e passou a vestir-se como camponês. Jaime de Magalhães Lima que visitou e se correspondeu com Tolstoi, escreveu: “Leão Tolstoi foi um adepto e um apóstolo do vegetarianismo. E não é pouco nem insignificante que um tal espírito e tão sublimado coração perfilhasse e praticasse essa doutrina, que a inércia moral e o poder do vício desprezam ou escarnecem na cegueira própria da sua particular estreiteza.” Convencido de que ninguém deve depender do trabalho alheio passou a limpar seus aposentos, lavrar o campo e produzir as próprias roupas e botas. Suas ideias atraíram um séquito de seguidores, que se denominavam “tolstoianos”. Decidiu abrir mão de receber os direitos de autor dos livros que viria a escrever, só voltou a querer utilizar este dinheiro quando precisou de angariar fundos para transportar para o Canadá uma comunidade de camponeses perseguidos pelo governo.
Tolstoi chegou a ser vigiado pela polícia do czar. Devido a suas ideias e textos, foi excomungado pela Igreja Ortodoxa russa, em 1901. Alguns de seus amigos e seguidores foram também exilados. Tolstoi só não foi preso porque era adorado em todo o mundo como um dos maiores nomes da arte de seu tempo.
Tolstoi, porém, não conseguia alcançar a simplicidade em que acreditava. A sua família, especialmente a mulher Sónia, cobrava-lhe os luxos e riquezas aos quais estavam acostumados. Os filhos davam razão à mãe, a quem Tolstói amava e que ameaçava matar-se quando o escritor fazia menção de abandonar a casa.
Sónia, que lhe havia dedicado a vida, exigia que o escritor lhe deixasse , em testamento, os direitos de autor das obras que fez na fase final de sua vida. Tolstoi, por sua vez, elaborou um testamento secreto, no qual passaria todos os direitos de autora um tolstoiano de nome Chertkov, que tornaria a sua obra pública.
Aos 82 anos de idade, Tolstoi decide, enfim, fugir de casa e abandonar a família para largar aquela vida na qual ele não mais acreditava.
Morte
Durante alguns dias a fuga foi um sucesso. Nos comboios e nas estações por que passava, Tolstoi era reconhecido por todos, já que era o homem mais famoso da Rússia. Porém, devido à sua preferência por viajar em vagões de terceira classe, onde havia frio e fumaça, o já debilitado escritor contraiu uma pneumonia, que se foi agravando rapidamente. No dia 20 de Novembro de 1910, o velho escritor morreu durante a fuga, de pneumonia, na estação ferroviária de Astapovo, província de Riazan.
O comboio funerário que trazia o seu corpo foi recebido por camponeses e operários que viviam próximo à propriedade dos Tolstoi. O seu caixão foi seguido por uma multidão de 3 a 4 mil pessoas. O número teria sido ainda maior se o governo de São Petesburgo não tivesse proibido a vinda de comboios especiais de Moscovo para o enterro do escritor. A sua morte foi noticiada nos principais jornais do mundo.

Ideais
Proximidade com o anarquismo
Para Tolstoi, os Estados, as igrejas, os tribunais e os dogmas eram apenas ferramentas de dominação de uns poucos homens sobre outros, porém repudiava a classificação dos seus ideais como sendo anarquistas. Foi citado pelo escritor anarquista russo Piotr Kropotkin no artigo Anarquismo da Enciclopédia Britânica de 1911 e alguns pensadores consideram-no como um dos nomes do Anarquismo cristão. Outra aproximação com o anarquismo deu-se em 1862, quando Tolstói, em viagem pela Europa, visitou o autor anarquista Proudhon. Este estava a escrever um texto chamado “La guerre et la paix”, cujo título Tolstói propositadamente utilizou no seu maior romance.
O escritor não se auto-encaixava no anarquismo e não acreditava em guerras e revoluções violentas como solução para quaisquer problemas, mas sim em revoluções morais individuais que levariam às verdadeiras mudanças. Afirmava que suas teses se baseavam na vida simples e próxima à natureza dos camponeses e no evangelho e não nas teorias sociais de seu tempo.
Apesar de afirmar ter-se convertido no último período de sua vida e de renegar seus trabalhos mais famosos, encontram-se nestes mesmos textos diversas referências sobre a busca do autor por uma vida simples e próxima à natureza. Segundo o escritor George Woodcock em “A História das ideias e movimentos anarquistas”, em todos os romances que Tolstoi escreveu quando mais novo, ele “considera a vida tanto mais verdadeira quanto mais próxima da natureza”.
Vários foram os personagens criados nesta época que representavam o ideal de vida simples e natural. Em “Os Cossacos” são os camponeses meio selvagens de uma área remota do Cáucaso; Em “Guerra e Paz é o personagem Platão que é descrito no livro como a personificação da verdade e da simplicidade: “As suas palavras e acções brotam dele com a mesma espontaneidade que o aroma brota da flor”. Em “Anna Karenina” outro camponês, também chamado Platão, é o símbolo desta aspiração de Tolstói.
Ainda antes, na infância, Tolstói alimentava, junto aos irmãos, um sonho de fraternidade total. Eles acreditavam que o círculo fraterno que formavam poderia ser expandido e englobar a humanidade inteira, eliminando todos os problemas. O local onde esta utopia foi idealizada, sob a sombra de uma árvore,  um bosque da Rússia, é o local onde foi enterrado Tolstói, conforme ele pedira, e também mais um seu irmão.
Pacifismo
Tolstoi ficou famoso por ser um pacifista. Nas palavras de Mahatma Gandhi, com quem Tolstói trocou correspondência, o escritor foi o maior “apóstolo da não-violência”. No livro “O Reino de Deus está em vós”, Tolstoi baseia-se no Sermão da Montanha para afirmar que não se deve resistir ao mal utilizando-se do próprio mal.
No mesmo livro, continuando seu raciocínio pacifista, o escritor afirma ser contrário ao serviço militar obrigatório (e ao militarismo como um todo). Ele também defende e exalta povos como os Quakers, que buscam a simplicidade, a autonomia e não utilizam de violência.
Religiosidade sem dogmas
Foi excomungado pela Igreja Ortodoxa Russa, religião dominante no seu país, depois de tanto a criticar. O escritor entendia como dogmas irracionais, que serviam para dominar o povo, alguns dos conceitos mais caros à Igreja. Considerava e seguia a doutrina de Jesus, mas achava impossível, por exemplo, que Jesus pudesse ser um homem e Deus, ao mesmo tempo. Para Tolstoi, Deus estava nas próprias pessoas e nas suas acções e Jesus teria sido, para ele, o homem que melhor soube exprimir uma conduta moral que gerasse justiça, felicidade e elevasse espiritualmente a todos os homens.
O seu cristianismo exacerbado, no fim da sua vida, assemelhava-se ao cristianismo primitivo. Em alguns trabalhos publicados, os seus textos foram muito mais longe que as suas atitudes pessoais, como em “Sonata a Kreutzer”, que mostra uma tendência a exaltar o celibato, porém o escritor ainda teve filhos depois desta obra. Pouco antes de sua morte, os  seus amigos aconselharam-no a  retratar-se com a Igreja, este porém, recusou-se.
In Wikipédia





Novembro - Mario Vargas Llosa




Nascido em Arequipa, em 28 de março de 1936, Jorge Mario Pedro Vargas Llosa  formou-se em Letras e Direito pela Universidade Nacional Maior de São Marcos, em Lima. Antes de se tornar escritor, trabalhou como redactor de notícias na extinta Rádio Central, funcionário de biblioteca e até revisor de nomes de túmulos de cemitério, segundo biografia no seu site oficial.
Em 1959, ganhou uma bolsa de estudos e parte para uma temporada na Europa, onde se tornou doutor em Filosofia e Letras pela Universidade de Madrid, publicou o seu primeiro livro, a colectânea de contos "Os chefes" (1959), e escreveu uma peça de teatro, "La huída del Inca".                             
No mesmo ano, Llosa casou-se com a sua tia, Julia Urquidi, que era 15 anos mais velha. A experiência inspirou o livro "Tia Julia e o escrevinhador", que seria lançado em 1977. O casamento durou cinco anos e, depois do seu fracasso, casou-se com uma prima, Patrícia.
Regressou em 1964 ao Peru e daí em diante voltaria a passar temporadas em diversos países, incluindo Cuba, Grécia, França, Inglaterra e Espanha - de onde recebeu oficialmente a cidadania em 1993.


Ficção:
- El desafío (1957)
- Os Chefes (1959)
- A cidade e os cachorros (1962)
- A casa verde (1966, prémio 'Rómulo Gallegos')
- Los cachorros (1967)
- Conversa na Catedral (1969)
- Pantaleão e as Visitadoras (1973)
- Tia Julia e o Escrevedor (1977) [ver sinopse] 
- A Guerra do Fim do Mundo (1981)
- História de Mayta (1984)
- Quem matou Palomino Molero? (1986)
- O falador (1987)
- Elogio da madrastra (1988)
- Lituma nos Andes (1993, Prêmio Planeta)
- Os cadernos de dom Rigoberto (1997)
- A Festa do Bode (2000)
- O Paraíso na outra esquina (2003)
- Travessuras da Menina Má (2006)
- El sueño del celta (qua será publicado em novembro)
Teatro:
- A menina de Tacna (1981)
- Kathie e o hipopótamo (1983)
- La Chunga (1986)
- El loco de los balcones (1993)
- Olhos bonitos, quadros feios (1996)
Ensaios:
- Contra viento y marea (em três volumes entre 1962 e 1990)
- García Márquez: história de um deicídio (1971)
- La orgía perpetua: Flaubert y Madame Bovary (1975)
- Entre Sartre y Camus (1981)
- La suntuosa abundancia (1984)
- A verdade das mentiras (1990)
- El pez en el agua (1993)
- Desafíos a la libertad (1994)
- La utopía arcaica (sobre José María Arguedas - 1996)
- Cartas a um jovem escritor (1997)
- A linguagem da paixão (2001)




Outubro - Fernando Pessoa





Liberdade

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler 
E não o Fazer!
Ler é maçada
Estudar é nada.
O sol doira sem literatura
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original. 

E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto
É Jesus Cristo, Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

                                          Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"


Mais informações sobre Fernando Pessoa em:

http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/




Setembro - Escritores lusófonos